sexta-feira, 9 de março de 2012

Inquietos


O cinema já produziu milhares de histórias que narram os últimos dias de uma pessoa com alguma doença terminal. Como então, iremos encontrar alguma novidade num roteiro no qual sabemos de antemão tudo o que vai acontecer? O elogiado diretor Gus Van Sant ( Milk, Gênio Indomável) escolheu exatamente como tema de seu novo filme a questão dos "últimos dias de vida" e suas implicações, mas conseguiu imprimir um viés diferenciado ao abordar a questão.


"Inquietos" (Restless) fala da morte o tempo todo. Os personagens são os excêntricos Annabel ( Mia Wasikowska - A Alice de Tim Burton) e Enoch (Henry Hopper - filho do ator Dennis Hopper). Ele quase morreu num acidente que vitimou seus pais. Ela está com câncer terminal e tem apenas três meses de vida. Os dois têm uma relação muito forte com a morte e isso acaba os aproximando. A grande sacada do diretor ao realizar seu novo longa-metragem foi não apelar para exageros e sentimentalismos. O filme, em momento algum, é melodramático. Pelo contrário, tudo é muito sutil, leve, elegante e sensível.

Ao colocar dois jovens relacionados fortemente com a questão da perda, Gus Van Sant lançou um olhar desmistificado sobre a morte. Trata-se de um olhar mais irônico do que um olhar tristonho. É engraçado observar que quase não há lágrimas durante toda a projeção. Isso acontece apenas numa breve cena na qual a irmã de Annabel chora compulsivamente diante do espelho. Para o jovem casal, a morte é algo natural. Eles não compartilham a postura do senso comum e, inclusive, ensaiam o momento da partida como se a vida fosse uma grande peça de teatro. A morte, para eles, é um ciclo pelo qual todos nós um dia passaremos. Não é à toa, que a protagonista é fã de Charles Darwin, o grande teórico da evolução das espécies. Ela passa os dias de sua frágil vida memorizando nomes científicos de pássaros e detalhes como, por exemplo, a expectativa de vida das aves, que é bastante curta. Há também o amigo imaginário de Enoch, um japonês marcado pela perda da mulher na bomba de Hiroshima. Um elemento que, na minha opinião, poderia ser melhor explorado para entendermos o comportamento psicológico de Enoch.

É um filme simples, com boa trilha-sonora e um trabalho muito interessante de fotografia que dá a produção todo um quê de pintura onírica. Afinal, a relação dos jovens protagonistas será efêmera como um sonho e disso eles não poderão escapar.

sábado, 3 de março de 2012

A arte dos pôsteres do filme "Drive"

Esse é o pôster oficial divulgado na entrada dos cinemas brasileiros.


Versão mais artística para o pôster.


Uma das artes mais bacanas do pôster do filme. Cult.


Versão alternativa com a famosa jaqueta com o escorpião estampado.


Esse é o pôster que os italianos definiram para ilustrar os cinemas.


Versão dos cinemas americanos.